A Mente Natural!
Estudos financiados pelo governo dos Estados Unidos na Universidade Médica de St. Louis, em 1989, e no Instituto Nacional de Saúde Mental, em 1990, fizeram a investigação da cannabis entrar num novo domínio ao confirmarem que o cérebro humano possui receptores específicos para o THC e os seus primos naturais da cannabis — tanto quanto se sabe até agora, nenhuns outros compostos se ligam a esses receptores.
Para um produto químico afetar o cérebro, ele deve ligar-se a um receptor capaz de o receber. (Omni, Ago. 1989.Wash. Post, 9 Ago. 1990)
Embora a morfina se encaixe grosso modo nos receptores das betaendorfinas, e as anfetaminas correspondam grosso modo à dopamina, estas drogas, assim como os tricíclicos e outras drogas alteradoras da disposição, apresentam graves perigos para o sutil equilíbrio dos fluidos vitais dos nervos. A Omni e o NY Times não citaram quaisquer perigos físicos da cannabis natural.
Uma das razões por que o uso da cannabis é tão seguro é ela não afetar nenhum dos músculos involuntários ligados à respiração e às funções vitais. Ao invés, ela afeta os seus receptores específicos para o movimento (estratégia do movimento) e a memória (estratégias mentais).
A nível molecular, o THC encaixa-se em receptores situados no cérebro superior que parecem ter sido concebidos com o único fim de o acomodar. Isto aponta para uma antiga simbiose entre a planta e os seres humanos.
É possível que estas vias neuronais sejam o produto da relação pré-cultural entre o ser humano e a cannabis. Usando os bosquímanos de África como exemplo, Cari Sagan propôs evidência corroboradora de que o cânhamo foi a primeira planta cultivada pelo Homem, desde os tempos em que praticava a caça-recolecção. Alguns cientistas presumem que estes receptores não se formaram com o propósito de provocar ganzá.
Em 1989, Allyn Howlett, professor de farmacologia da Universidade de St. Louis, especulou mistificado: "Deve ter-se desenvolvido algum tipo de via neuronal no cérebro, quer houvesse plantas de cannabis ou não".
Mas talvez não. No seu livro Intoxication: Life in Pursuit of Artificial Paradise, o dr. Ronald K. Siegel, psicofarmacologista da UCLA, indica que a motivação para alcançar estados ou disposições alterados de consciência é uma quarta pulsão semelhante à fome, à sede e ao sexo. E os humanos não são os únicos seres que ficam ganzados. No decurso das suas experiências, Siegel registou inúmeras observações de animais intoxicando-se intencionalmente.
O cânhamo-de-cannabis faz parte da nossa herança cultural, espiritual e fisiológica, e constituía o esteio das nossas culturas mais estáveis e duradouras. Donde que, se quisermos ficar a saber quais são os efeitos a longo prazo do uso de marijuana... basta olharmo-nos ao espelho!
*O OnJack é a editoria do Hempadão que traz a tradução do livro "The Emperor Wears no Clothes" (O Imperador está Nu), de Jack Herer.
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