sexta-feira, abril 27, 2012

A Mente Natural!


A Mente Natural!

Estudos financiados pelo governo dos Estados Unidos na Universidade Mé­dica de St. Louis, em 1989, e no Instituto Nacional de Saúde Mental, em 1990, fizeram a investigação da cannabis entrar num novo domínio ao confirmarem que o cérebro humano possui receptores es­pecíficos para o THC e os seus primos naturais da cannabis — tanto quanto se sabe até agora, nenhuns outros compos­tos se ligam a esses receptores.

Para um produto químico afetar o cé­rebro, ele deve ligar-se a um receptor ca­paz de o receber. (Omni, Ago. 1989.Wash. Post, 9 Ago. 1990)

Embora a morfina se encaixe grosso modo nos receptores das betaendorfinas, e as anfetaminas correspondam grosso modo à dopamina, estas drogas, assim como os tricíclicos e outras drogas alte­radoras da disposição, apresentam graves perigos para o sutil equilíbrio dos flui­dos vitais dos nervos. A Omni e o NY Ti­mes não citaram quaisquer perigos físi­cos da cannabis natural.


Uma das razões por que o uso da can­nabis é tão seguro é ela não afetar nenhum dos músculos involuntários liga­dos à respiração e às funções vitais. Ao invés, ela afeta os seus receptores especí­ficos para o movimento (estratégia do movimento) e a memória (estratégias mentais).

A nível molecular, o THC encaixa-se em receptores situados no cérebro superior que parecem ter sido concebidos com o único fim de o acomodar. Isto aponta para uma antiga simbiose entre a planta e os seres humanos.

É possível que estas vias neuronais sejam o produto da relação pré-cultural entre o ser humano e a cannabis. Usando os bosquímanos de África como exem­plo, Cari Sagan propôs evidência corroboradora de que o cânhamo foi a pri­meira planta cultivada pelo Homem, desde os tempos em que praticava a caça-recolecção. Alguns cientistas presu­mem que estes receptores não se forma­ram com o propósito de provocar ganzá.

Em 1989, Allyn Howlett, professor de far­macologia da Universidade de St. Louis, especulou mistificado: "Deve ter-se de­senvolvido algum tipo de via neuronal no cérebro, quer houvesse plantas de cannabis ou não".

Mas talvez não. No seu livro Intoxica­tion: Life in Pursuit of Artificial Paradise, dr. Ronald K. Siegel, psicofarmacologista da UCLA, indica que a motivação para alcançar estados ou disposições alterados de consciência é uma quarta pulsão semelhante à fome, à sede e ao se­xo. E os humanos não são os únicos seres que ficam ganzados. No decurso das suas experiências, Siegel registou inúmeras observações de animais intoxicando-se intencionalmente.

O cânhamo-de-cannabis faz parte da nossa herança cultural, espiritual e fisio­lógica, e constituía o esteio das nossas cul­turas mais estáveis e duradouras. Donde que, se quisermos ficar a saber quais são os efeitos a longo prazo do uso de marijuana... basta olharmo-nos ao espelho!

*O OnJack é a editoria do Hempadão que traz a tradução do livro "The Emperor Wears no Clothes" (O Imperador está Nu), de Jack Herer.

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