sexta-feira, abril 27, 2012


FORMAS DE USO DA MACONHA SÃO DISCUTIDAS EM AUDIÊNCIA PÚBLICA

A Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, discutiu, nesta quinta-feira (25), os supostos benefícios e malefícios do uso da maconha (cannabis sativa) para fins medicinais no Brasil. A audiência pública contou com a presença do deputado federal Fernando Francischini, do PSDB do Paraná; do professor do Departamento de Fisiologia da Universidade de Brasília (UnB), Renato Malcher Lopes; do escritor e pesquisador Gideon dos Lakotas; e da psicóloga clínica, especialista em saúde mental, Marisa Lobo.

Delegado licenciado da Polícia Federal, Fernando Francischini contou um pouco de sua experiência nas prisões dos grandes traficantes Juan Carlos Ramírez Abadia e Fernandinho Beira-Mar, e de seu trabalho como secretário antidrogas em Curitiba. O deputado paranaense comentou que, na discussão acerca da maconha, a família deve ser levada em consideração. “O principal cuidado que se deve ter com relação à liberação da maconha para fins medicinais é o de não facilitar o uso recreativo da maconha, porque um pai e uma mãe não merecem ver seus filhos expostos a qualquer droga que seja”, disse o deputado. 

Para Francischini, a legalização da droga para uso recreativo é a razão de alguns discursos defensores da maconha para uso medicinal. “Será que nós vamos ter marcha pelo Brasil inteiro pedindo para liberar o comprimido do Marinol, ou a marcha vai continuar sendo pela legalização do uso da droga?”, indagou o deputado se referindo ao medicamento Marinol, uma forma sintética do componente tetrahidrocanabinol (THC), o mais ativo da maconha, usado oralmente e em forma de cápsula, em alguns países para o tratamento do glaucoma.

O Parlamentar ressalta que a pesquisa científica para o uso medicinal da maconha precisa avançar e que a discussão em torno do tema precisa ser aprofundada. “Mas que fique claro: em minha opinião o uso medicinal deve ser discutido, mas o uso recreativo está fora de questão. Nós deveríamos discutir a proibição das drogas, não a liberação. Mas não vai dar para discutir o uso medicinal da cannabis enquanto a marcha pela legalização do uso recreativo da droga for a motivação”, disse ele. 

Fernando Francischini já enviou ao Congresso proposta de realização de plebiscito sobre a maconha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe aqui seus pensamentos...