Cannabis – Uma Planta envolta em Segredo!
Para todas as etnias e culturas — desde o Japão, a China, a índia, o Egito, a Pérsia e a Babilônia, até às tribos gregas, dóricas, germânicas e europeias, passando pelas africanas e das Américas do Norte, Central e Sul—, o alvorecer das crenças religiosas derivou de descobertas acidentais.
Deram-se experiências de morte iminente, privações — fome, jejum, controle da respiração, sede, febre —, folia incontrolada devido à ingestão de de vinho e cerveja, e experiências inexplicáveis e elevadas (comparadas com a experiência normal abrutalhada) devidas a substâncias psicoativas como cogumelos psilocybee amontoa e vinho de cannabis (bhang). As substâncias químicas presentes nestas plantas e ervas sagradas proporcionaram aos nossos antepassados visões e viagens inesperadas, imprevisíveis e inacreditáveis aos cantos mais remotos da incrível consciência, suscitando por vezes sentimentos de fraternidade universal.
Eventualmente, a compreensão destas experiências, por vezes terapêuticas, induzidas por drogas e medicamentos tornar-se-ia o conhecimento espiritual mais sublime, desejável e necessário para cada tribo. Curar! A partir de qual extração? Em qual dose?
Preservar este conhecimento tribal místico para as gerações futuras era uma tarefa sem preço. Saber quais as plantas que induziam quais experiências, e em que dose e grau de mistura o faziam, significava poder para os detentores de tal sabedoria!
Assim, este "armazém sagrado" de conhecimento era ciosamente guardado pelo médico/sacerdote das plantas, e criticamente incluído em tradições e mitos orais e escritos. As plantas dotadas de poderes psicoativos eram imbuídas de atributos humanos ou animais; por exemplo, o anel do cogumelo Amanitamus-caria era representado por fadas.
De modo a manterem o seu poder político, os feiticeiros e curandeiros das castas de sacerdotes/xamãs sonegaram deliberadamente estas tradições dos membros "leigos" da tribo (e de todas as outras tribos). Isto evitava também o perigoso "pecado" da ingestão, confecção ou experimentação acidental por parte das crianças da tribo; de igual modo, não era permissível que os membros tribais capturados transmitissem este conhecimento sagrado aos inimigos dos seus captores.
A partir do tempo de Júlio César, estas religiões "arcaicas" datando da pré-história, que usavam drogas ritualmente para se atingirem domínios extracorporais, foram designadas pelos romanos de "religiões de mistério orientais".
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